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segunda-feira, 1 de março de 2010

MULHERES CLAUDINAS
(Cláudia-MT, Outubro de 2009)




Ai de ti, Cláudia, sem tuas estátuas meninas,
Sem tuas figuras de mulheres perdidas.

Tão altas delgadas vivas monumentais...
Tão lindas, postas e plantadas.
Fulguradas, reluzentes, se, contra teus corpos, o sol se põe.

Fantasma de cristal, se a lua cheia brota de um de teus seios, encantando Iaras.

Espectros lindos...
Mulheres verdes...

Seus corpos esculpidamente retos se retorcem em cabelos cheios e redondos.

E seus rostos...
Seus rostos são invejáveis figuras de todas as mulheres, de todos os tempos.

Deixa seus esvoaçados cabelos verdes se ouriçarem contra o vento, eles sempre serão teus...

Tua longa vida deixa, a tua volta, sementes duras e ternas, iguais as minhas.
Tuas vidas, bela Rainha, são bolas marrons de um peso só.

Feliz de mim, se em minha velhice, meu semblante opaco e cinza, possuir teu pleno vigor senil,
montado em teu cheiro de mata fresca, que tudo vê, tudo engole e tudo cala.

Que se cale em pânico, mata inteira,
para se ouvir falar: a Majestade Castanheira.


(Marcelina)

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