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domingo, 21 de março de 2010

Duas Chuvas


A evasão implícita dos ângulos firmes, me prendem em duas jaulas sem asas:
Uma : corpo.
Outra: Chuva


O corpo cai rijo, pesado em solo seco. Explodindo em sangue, músculos, vísceras, ossos vermelhos.

A chuva, suave se espalha e se esvai em perfeitos caminhos de vida certa e plena... Cavando espaços, devorando esferas. Engravidando gentes de água...
A chuva tácita, mole, fria, sedutora, barulhenta, enxerga o rumor do mundo sem doer.


O corpo já apodrecido pelo tempo, marca a terra dura e estéril de tristeza, peso e dor.

sou tempestade trovoante em pensamentos...
Não sou mais corpo, tornei-me água, me abluí,
chovi ...


(Marcelina)

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