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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Boemia



Para Sartre & Beauvoir



Ai de mim sem cerveja.
Sei... Eu seja.

Ui de mim, euzinha
Nua-Deusa
noite boemia de bar em bar.

Poética puta
poesia dada, insana,
Santa-vadia.





Amor

Amor,


Um eu de mim, existe sem você
outro , te ama com paradas.
Um eu de mim, não te sabes quem és,
outro, te quer sempre, inteiro ... livre.
Eu sem você ando
e com você navego, num mar menos meu do que nosso
Eu em ti, por você em mim,
arrumados,
vamos.

Ruptura

Sagitários pisam fogo em espera
Contemplam, mesmo desossados...
São pacientes seres de ar
Até que o corpo vire esfera

Sagitários flechados rompem uma só vez
Beijam indiferenças em tempo certo
Não desistem se alimentados em chama,
Desistindo, flecham sua própria tez

Sagitários rejeitados são meninos tristes
Sem bola, doce, ou mãe
Vagando em ruas distantes
Buscando atrozes e tristes em qual porquê partistes.


sábado, 29 de janeiro de 2011

Eu, o Nada

Ai de mim, pobre crucifixo anônimo;
Ai de mim criatura que busca ser
o avesso, a água.

E pelo vento implícito, voltar ao pó difícil e lúcido,
de ser gente...


(Marcelina)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Texto Quadrado

Hoje nada mais serve. Nem confiança, nem vento, ninguém, nada... Eu dei os nós. Me amarrei nos espelhos e fiquei a perseguir. Enxerguei todas as esperas e elas me serviram de guia em meus tortuosos caminhos. Escutei ao longe, alguém me chamando, aquele era o sinal correto para o caminho. O caminho estava encoberto pela fumaça, mas o cheiro do alecrim seco queimando, me sequestrou de mim mesma. Era apenas um aquário lacrado, coberto pelo perfume real do Olimpo. Agora já é tarde para voltar. Tarde para olhar para trás. Tarde para todos que seguiram e se perderam no caminho normal. Sabemos o caminho de volta. Aprendemos o peso do passo do caminho certo. Ficamos sós. Apenas serão salvas, as pegadas de quem seguiu para o lugar mais longe. Para o nosso caminho. A cumplicidade se fez e nos derrotou. Agora você já sabe os meus segredos. Eu me rendo. Ainda posso voar. Minhas asas quebradas me quedam e me levam. Me vão.
(Marcelina)