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domingo, 11 de abril de 2010

Presença


É estranho teu vácuo. Tua ex-presença.
Me tornei: passados.
Ausência bruta que arrefece o eu de vidro
Escondido por trás dos livros cifrados.

Ausência do olhar engolidor, gerador, avassalador
Olhar que arrumou o caos do mundo por instantes.
Olhar sem timbre, sem cor, olhar marrom, guardado em quadradas caixas de terra
Olhar que me deixava nua, a vagar pela estreita rua

O caminho de cacos de vidro, me pede nova canção ou poesia doída, sangrada
Mas os poemas das luas e prados, engasgam e não nascem mais...

Nos tornamos: presente.

Tento cuspir tua presença, em tempos, que tua ausência ainda me rasgará os músculos, tal qual um estilete brilhante, fino, frio e cego



(Marcelina)

sábado, 3 de abril de 2010

Vai sob esta terra, tua mãe,
às vastas moradas, aos bons favores!
doce como lã a quem soube dar,
que ela te proteja do Nada!
Forma arcos sobre ele e não o destruas;
recebe-o, Terra, acolhe-o!
Cobre-o com uma barra do teu vestido
como uma mãe protege o seu filho,

(Rig Veda, Grhyasutra, 4 , 1)