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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cadáver da Amizade

(Marcelina & Santiago Jan/10 Cachaçaria)



Dor de aço que arde se só está.

Escrava de outra boca a minha palavra

Amigo, és raiz que egoisticamente, se fixa em mim

quando as mãos oferecem sobras como rosas

um copo bobo de quebra, e só você fica

se a briga é brava, vale o fio de barba.

nada resta em mim, se daqui você voar

dois corpos como água do mesmo copo

Amizade de poeta, e tal qual mata escura

como na mata, árvore à árvore se abraça

não tem hora e nem dia. Nossa amizade é.

As retinas e as almas livres de panos e cortinas

Não há sede do capitalismo que a compre. Livre é.

Conceito de amor que nenhum poeta compôs

Não hei de me perder de você, já que sempre te haverá.

Os erros são todos meus. Certo é te saber.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Presença

Presença sem gente, imprecisa, vaga, sujeita
Insujeita por si se basta.
Vasculhante, permeada em brumas de sol cristal,
que morre, que escorre...


Alma Puta de poeta barato, que vaga em mesas, noites, bares,
esperando os perfeitos goles, que colorem letras.


Presença tu és.
No maior céu, tu estás.

Nas noites de lua branca,
ensimesmada nos menores pinos,
fixa e plácida tu estás, a vagar brancamente, regendo os normais de boca vazia.


(Marcelina)

domingo, 23 de maio de 2010

Inquietudes

Inquietudes

(Para Santiago)

Há nas almas dos lugares
Algo de plena inquietude,
tal qual céus em tardes de fogo

Há no peito do mundo a calmaria insana que se arremete ao plano perfeito das
nevascas noturnas.
Tudo é tempo e tudo se mistura... te implodindo em todos os dias sem rotas.

Sou gelo. Sou fogo. Sou o denso e o veludo.
Sou o dentro e o avesso.


Mai/10

(Marcelina)
Homenino

Corre a vida
rola o tempo
Ele ainda é menino

Pasta a vaca,
apressa o rio,
(Escoa o resto rosa do sol para o nunca mais,)
Ele ainda é um menino.

A noite encobre o tempo
O pai e a mãe na porta.
Ele, já é homenzinho...

O mundo cruel
a dor no peito, o corpo que arde e estremece,
os carros, os aviões, os prédios, as luas,
ele, é um homem

Caminhos coloridos em suaves mesas de bares,
mata duas onças todas as semanas,
é dono do tempo e ainda percorre os campos,
ele, é Homenino.

22/5/2010

(Marcelina)